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5 de julho de 2007

 

Preconceito - Química

A Química Orgânica é a química dos compostos de carbono, que compõem:
o importante DNA, gigantescas moléculas que contêm todas as informações genéticas para uma dada espécie. Tais moléculas determinam se somos homens ou mulheres, humanos ou sapos, se temos olhos azuis ou castanhos, cabelos pretos ou louros e se em nossa velhice teremos cabelos brancos ou nenhum cabelo.
as proteínas de nossa pele e músculos;
as enzimas que catalisam as reações que ocorrem em nossos corpos.
os alimentos juntamente com o oxigênio do ar que respiramos, fornecem a energia necessária à vida.
A maior parte dos átomos de carbono de que são constituídas essas moléculas está neste planeta desde que ele se formou. Nos bilhões de anos que se sucederam, estes mesmos átomos de carbono foram, em uma ou outra época, parte de bilhões de diferentes moléculas e de bilhões de organismos diferentes. Agora se sabe que os seres vivos não são estáticos em relação à sua vizinhança, mas estão constantemente retirando moléculas (e, portanto átomos) desta vizinhança.
Ao mesmo tempo, os organismos estão constantemente cedendo outros átomos (na forma de moléculas) de volta ao meio ambiente. Quando se reflete sobre isto, não é tão surpreendente perceber que alguns dos átomos de carbono que fazem parte das moléculas do nosso corpo, agora, faziam, algumas horas atrás, parte de um ovo comido no almoço.
Antes disso, estes mesmos átomos faziam parte de uma galinha e antes dela, parte do grão que a galinha comeu. O que é mais surpreendente e também mais agradável é a constatação de que milhares de átomos de carbono, que são parte de nossos corpos, foram eventualmente parte dos corpos de Sócrates, Platão ou Aristóteles.
Há evidências consideráveis indicando que há vários bilhões de anos atrás a maior parte dos átomos de carbono deste planeta existia sob a forma do gás metano. Esta molécula orgânica simples, CH4, juntamente com a água, a amônia e o hidrogênio foram os principais constituintes da atmosfera primordial. Acredita-se que, à medida que faíscas elétricas e radiações de alta energia atravessaram a atmosfera, muitas destas moléculas simples se fragmentaram em espécies altamente reativas. Tais fragmentos então se recombinaram, formando estruturas mais complexas.
Assim se formaram os compostos chamados aminoácidos, formaldeído, purinas e pirimidinas. Estes e outros compostos, formados do mesmo modo, foram levados pela chuva até o mar, que se tornou cada vez mais rico em moléculas orgânicas, até se transformar em um enorme reservatório contendo todos os compostos necessários ao aparecimento da vida.
Os aminoácidos reagiram entre si para comporem as proteínas; o formaldeído transformou-se em açúcares, e alguns destes açúcares, juntamente com as purinas e pirimidinas, se transformaram em moléculas de DNA simples.


Em algum momento e de maneira ainda não explicada, essas moléculas maiores se reuniram formando as primeiras células vivas primitivas. Destas primeiras células, através do longo processo de seleção natura, surgiram o homem e todos os outros seres vivos presentes.
Tudo que existe no universo interage de alguma maneira, direta ou indiretamente. Toda forma de vida possui basicamente a mesma essência: átomos que se combinam formando moléculas, moléculas que reagem formando os mais diversos compostos, íons que transmitem impulsos elétricos, reações de síntese e de análise que se revezam constantemente formando e decompondo seres num ciclo interminável.
Por incrível que pareça, o número de átomos que forma o universo é praticamente constante (embora de uma grandeza inimaginável) e esses átomos, que estão aqui desde o início dos tempos, são trocados a todo o momento entre os seres vivos e entre esses e o meio ambiente através da respiração e da alimentacão.
Já que somos no íntimo combinações diferentes de uma mesma matéria, o que faz algumas pessoas pensarem que são melhores ou piores do que as outras, baseadas em coisas tão descabidas como, por exemplo, a cor da pele?
Cientificamente sabe-se que a cor da pele depende da quantidade de melanina que o organismo é capaz de produzir.
A melanina é um pigmento biológico. Quimicamente é um polímero de massa e complexidade variáveis, sintetizado nos melanócitos (células situadas na camada basal da pele, entre a epiderme e a derme) pela oxidação progressiva do aminoácido tirosina.
Quanto maior a quantidade de melanina produzida, mais escuro será o tom de pele e vice-versa.



Agora, pensando bem, faz algum sentido julgar o valor de uma pessoa pela quantidade de melanina que sua pele produz?

O que leva ao preconceito?

Qual o mecanismo que induz o ser humano a louvar melanócitos e a desprezar neurônios?
O que é mais importante numa pessoa?
Seu caráter ou a cor da sua pele?
O respeito que ela tem pelos seus semelhantes ou a religião que ela segue?
A força de vontade, o bom humor ou a sua condição social?
A solidariedade que ela demonstra ou a sua orientação sexual?

O que leva ao preconceito?

Quando vamos aprender que as diferenças físicas e culturais são na verdade a maior riqueza que possuímos?
São justamente aquilo que nos torna únicos apesar de tão iguais.



Quando vamos perceber que a única maneira de sermos aceitos incondicionalmente é aceitando e respeitando as demais pessoas, erradicando de vez toda espécie de preconceito?

(Baseado nos textos: Solomos – Química Orgânica; Martha Reis – Química Integral)



Prof. Mirela Mancini leciona Química na Escola Dinah.





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Criação, Edição e Atualização
Paulo Antonouza