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9 de agosto de 2007

 

Festa Junina:
pipoca, quadrilha, quentão... e maculelê?

Antes da especificidade de minha disciplina, sou um educador.
E o educador é responsável pela formação total/global dos discentes.
Por ser assim, busco não ater-me apenas aos movimentos físicos e corporais, como minha prática vem demonstrando, e essa concepção também estendo a todas as ações de meu trabalho, incluindo aí, a participação nas atividades desenvolvidas para a festa junina da escola.


Muitos estranharam que em meio a danças cowntry, músicas sertanejas e coreografias regionais no último Arraiá da Dinah (e absolutamente nada tenho contra essas representações), um grupo de alunos invadisse o palco (a quadra escolar) dançando maculelê.
Embora no Brasil, historicamente, pra maioria das coisas, se leva tudo "com a barriga", creio que o melhor momento sempre é o momento de agora, então... conversemos sobre a inserção dessa apresentação entre as tradicionais (ou importadas), que usualmente fazem parte das festas juninas.
Essas concepções do que deve ser apresentado nos arraiás da vida não satisfazem a todos... satisfazem apenas a uma minoria sempre favorecida... e não tenho, e por obrigação moral não posso, compactuar com a idéia de uma educação segregadora...
Somos, TODOS, muito mais que isso...
E esse muito mais é que a cada dia procuro buscar, em minha postura como educador e no tipo de conhecimentos e informações que troco com meus alunos. Sem, de forma alguma, estabelecer a minha concepção de educação, como palavra final...
Voltemos então, à questão do Maculelê, e estou convocando todos para a reflexão...
Muito se fala atualmente de africanidades e de propostas afirmativas em relação aos negros.
Mas na prática, vemos muito pouco.
Projetos elaborados para obter resultados instantâneos e meramente expositórios, ou uma e outra atividade apoiada de maneira efêmera na cultura africana.


Esquece-se que para se "afirmar" algo ou "valorizar" questões, é necessário vivenciar esses momentos.
Mais que uma apresentação supérflua desenvolvida especificamente para um evento escolar, o maculelê apresentado pelos alunos foi parte de um processo educativo muito intenso.
Os estudantes pesquisaram movimentos, discutiram ações e valores, interagiram com colegas de outras turmas, períodos e idades e também utilizaram recursos teóricos e práticos encontrados por eles mesmos, até na construção dos objetos usados na performance.
Esse exercício também enriqueceu outro projeto, da aula de Artes, contribuindo para o aperfeiçoamento de atividades lúdicas pedagógicas que paralelamente eram desenvolvidas pelo professor.


A festa junina da Escola Dinah, não se prendeu apenas à pipoca, à quadrilha e ao quentão.
Esse arraial resgatou valores e heranças que muitos sequer se dão ao trabalho de querer saber.
E as vivências promovidas pelos grupos que fizeram parte desse trabalho, estenderam ainda mais a concepção de educação e educação física, que pais, alunos e professores poderiam ter.



A Vida, a todo instante, necessita disso...
Dessa reflexão constante sobre o mundo ao nosso redor, as opiniões e as formas de ver...
Senão, corremos o risco de aceitar tudo e com certeza, isso sempre interessa a alguém.
Porque nada é por acaso.






Prof. Fábio Mizuno leciona Educação Física na Escola Dinah




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Criação, Edição e Atualização
Paulo Antonouza