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28 de junho de 2008

 

A Greve dos Professores - Arte

"O destino de homens e mulheres é político. Não é puramente natural: está condicionado pelo poder de organizarmos coletivamente a vida à nossa volta, organizarmos de maneira mais ou menos livre as relações com a natureza, as relações de trabalho, as relações de sobrevivência e de convivência."
Escolhi essa citação do professor José Moura Gonçalves Filho (saiba quem é Gonçalves Filho) para ocupar meu dia na publicação do blog, apesar de ter muita coisa para publicar.
É sabido (ou não) de todos e todas que os professores da rede estadual de ensino de São Paulo estão em greve (histórico da greve na folha online).
É sabido (ou não) por todos e todas, principalmente (ou não) pelos professores e professoras, os motivos da greve.
Não é possível ser neutro em Educação, como dizem muitos professores que são referenciais na construção de uma pedagogia não alienante (Paulo Freire, Enrique Dussel, Cipriano Luckesi, Nelson Marcelino, entre outros), por essa razão, mesmo não vivenciando alguns dos pontos da greve (porque não são realidade aqui na Dinah) iniciada em 16 de junho, aderi ao movimento e pretendo ficar nele.
É sempre importante lembrar, que tudo o que os professores da rede estadual de ensino conseguiram até hoje, veio através de seus movimentos de luta - com ou sem sindicato. (Veja aqui, um resumo das conquistas dos professores através de greves)
Greves já duraram 80 dias, e só terminaram quando alcançaram seus objetivos - entretanto, as pessoas que as fizeram, em sua maioria, hoje já se aposentaram...
O governo se esquece de que está aí (no município, no estado e na federação) por escolha do POVO.
Para trabalhar PARA o povo.
Mas o povo também se esquece disso (inclusive eu, como parte do povo).



Bom, iniciei minha adesão à greve a partir da última sexta-feira (ontem, 27 de junho) após muito ponderar, e também porque estava em processo de finalização de projetos e avaliação de seus desenvolvimentos.
Quero deixar claro que estou em greve contra esse SISTEMA reducionista da educação (apesar de algumas iniciativas bem intencionadas em busca de soluções). Estou em greve pela dignidade de um salário melhor e sem falsas bonificações (23% do salário dos professores é composto de gratificações!) ou migalhas corporativistas (como o bônus).
Não estou em greve CONTRA os estudantes.
Por isso, continuo indo à escola em meu horário, para atender os que me procuram. Sem assinar o ponto e com alguém na sala - onde eu estaria lecionando - para olhar os "alunos"...



Todas as reivindicações serão atendidas?
Duvido que todas sejam, algumas até poderiam ser, e o salário é uma. Já aconteceu antes...
Mas, alguns elementos contribuem para o enfraquecimento do movimento... E todos envolvem escolhas pessoais.
Pode ser que, com as férias escolares chegando, aqueles que estão em greve pra descansar, voltem para a sala de aula, e quem não entrou ainda, não queira ser grevista no recesso (ou não)... isso para não falar dos/das que são arrimo de família e estão no movimento desde a 1ªsemana (apesar que antigamente, eles e elas também existiam)...
E temos ainda, a cultura de massa e os sistemas de poder que organizam a opinião pública. Eles são muito COMPETENTES na MANIPULAÇÃO DA INFORMAÇÃO.*
Em breve, a intolerância prevalecerá.
Logo, logo, até as famílias dos estudantes de escola pública estarão contra o movimento (se já não estiverem), assim como, talvez, até alguns professores e professoras, mas, é compreensível, afinal... como diz o próprio Luckesi, "o ser humano está condenado a escolher".
Cada um escolhe quem, como e onde quer ser.


Prof. Paulo Antonini leciona Arte na Escola Dinah.



(30 de junho de 2008)

Assista que curiosa essa notícia dada pelo EPTV hoje (30 de junho) sobre a abertura de inquérito pelo Ministério Público contra as manifestações: aqui.
Leia a nota no site do Ministério: aqui.
Leia sobre o aumento de 12%, na folha online: aqui.
Esta é a notícia do inquérito, também na folha online: aqui.
Baixe, leia e reflita sobre esse ensaio escrito por Darcy Ribeiro (saiba quem foi) em 1979 que fala sobre intenções: aqui.



(04 de julho de 2008)

Que Vergonha... Que vergonha... Mas enfim, era o esperado.

Se está bom para a maioria, pra quê mexer, não é?

Link Uol Educação: Fim da Greve dos Professores.

E para comemorar, uma história que ilustra muitas das passagens políticas da nossa amada pátria gentil:

O sujeito morava com a mulher e cinco filhos em uma casinha de dois cômodos.
A família vivia reclamando.
Um dia, ele foi consultar um amigo sobre o que fazer e o amigo falou: 'amarre um bode dentro da sala e deixe um mês assim'.
Ele não entendeu, mas seguiu o conselho.
A reclamação aumentou.
No final do mês, ele procurou o amigo.
'Tira o bode da sala' - disse o amigo.
O sujeito voltou pra casa, soltou o bode, a família arrumou a sala e todo mundo ficou feliz...



É isso aí.

PS - No fundo, no fundo, eu gostaria de estar errado...


Prof. Paulo leciona Arte e continua sugerindo esse texto: aqui..




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Paulo Antonouza