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5 de abril de 2007

 

Laissez-faire - Artes

Desenhar, pintar, esculpir, dançar, dramatizar, escrever, fotografar, etc...
A linguagem da Arte é bastante ampla. E presente, atualmente, em todas as escolas paulistas. Em alguns lugares, infelizmente, ela ainda é a Educação Artística
– no nome e na forma de trabalho, ou seja, empurrando técnicas
e mais técnicas para que os estudantes produzam sem parar, trabalhinhos que possam enfeitar o corredor ou ocupar os cinqüenta minutos de cada aula.
Em muitos lugares, professores, diretores e pais ainda vêem essa como uma disciplina descartável, de descanso, ou aquela que tem a obrigação de enfeitar festinha junina, fazer cartãozinho para a páscoa, dia das mães, dia dos pais, enfeitar árvorezinha de natal... (ah... diminutivo, cara do Brasil-inho) isso quando não sobra para o responsável por essa disciplina, a tarefa de utilizar um monte de lixo na confecção de objetos (E dá-lhe garrafa pet).
Mais que fazeção, a aula de Arte é um momento propício para a reflexão. Para a descoberta. Não só da maneira como outras pessoas (do passado ou da atualidade) encontraram meios de falar com o mundo, mas também do tempo dado ao estudante, para descobrir-se capaz de se comunicar visualmente com seus pares e ímpares.


Através das manifestações artísticas, a passagem do homem pela Terra foi registrada desde quando um sujeito, lá no fundo de uma caverna, rabiscou as paredes de pedra com pedaços de madeira e sumo de plantas. Flagrantes de revoluções trabalhistas, sociais e políticas, foram imortalizados; heróis e deuses, foram criados e abusos foram denunciados. Ainda hoje, muito disso tudo se repete.
Estilos, materiais, temas... tudo isso varia muito de povo para povo, de uma nação para outra, ou de valores que se pretende explorar. Também, há espaço para brincadeiras, gozações e desconstrução de saberes. Lembrando sempre, que a própria destruição de algo já é ponto de partida para a construção de uma situação nova onde no momento não existe mais nada.
A crítica e a observação são elementos fundamentais nesse processo. E é também produzindo, que as reflexões tomam mais sabor. SABOR.



Vale a pena pensar em Arte. Deixar-se levar pelas discussões e pelas idéias de uma pessoa, que em determinado momento sentindo-se tocada pelas musas, resolveu dividir conosco. Vale a pena nos permitir também ser tocado por elas, e não ter medo de fazer o que se deseja fazer.
Fazer Arte é muito mais que pegar um lápis e rabiscar um desenho em um pedaço de papel. É necessário pensar sobre o que se faz. Pesquisar as fontes que podem acrescentar mais dados ao saber. Dividir suas idéias e comparar as vivências descobertas na construção de um repertório maior.
É também necessário, produzir. Experimentar. Ousar.
É muito comum, ainda hoje, ouvir um aluno dizer: "Eu não gosto de Arte". Na verdade, ele deveria dizer "Eu não gosto de Educação Artística". Pois não é possível que existam pessoas, que não curtam o pensar.
E Arte é isso. Pensar. Pensar com as mãos, os gestos, as cores, os sons. E depois, dizer.
Enquanto ignorarmos o fato de que Arte é Linguagem. E também comunicação, será cada vez mais difícil expulsar o espírito da Educação Artística de dentro das escolas. E sempre restará o ranço do laissez-faire, onde o significado se perde, assim como o prazer.



Prof. Paulo Antonini leciona Artes na Escola Dinah.





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Criação, Edição e Atualização
Paulo Antonouza