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21 de dezembro de 2007

 

Crônica de Natal - Educação Física


Com a aproximação do dia de Natal, (Não nos esqueçamos que a palavra natal é relativa ao nascimento. Num sentido restritivo, é o dia em que se comemora o nascimento de Cristo – 25 de dezembro) muitos sentimentos são resgatados, revividos, tais como, aqueles que nos remetem à família. Porém, o que nos toma a lembrança, quando pensamos em Natal, e não sejamos inocentes, somos impelidos a isso, é a figura do “bom-velhinho”, Papai-Noel (Segundo o Dicionário Aurélio, papai-noel é sinônimo de presente de Natal).
Ora, se estamos numa sociedade capitalista, (E o capitalismo é um sistema econômico e social baseado na propriedade privada dos meios de produção, na organização da produção visando o lucro e empregando trabalho assalariado, e no funcionamento do sistema de preços) nada mais natural do que atrelar, tudo, ao consumo exagerado, em certa medida, insano.
E o espírito de Natal? E os sentimentos inspirados por um dia “nascente”?
Para ilustrar esse sentimento, a “Crônica de Natal”, de autoria de Aldemar Paiva, adaptada por Rolando Boldrin (Apresentador do programa Sr. Brasil (link) – TV Cultura), parece-me pertinente.
Reflitamos!

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FELIZ – VERDADEIRO – NATAL A TODOS!



Crônica de Natal

Autor: Aldemar Paiva. Adaptação: Rolando Boldrin.

Primeiras palavras: Não, eu não gosto de vancê, Papai Noé. Também não gosto desse seu papé de ficá aí vestido de vermeio vendendo ilusão pra tar de burguesia.
Se os meninos pobre da cidade, soubesse o desprezo que o sinhô tem pela humirdade, eles jogavam pedra em sua fantasia. Vancê, tarvêz num se alembre mais... faz muito tempo... eu cresci. Me tornei rapaz, mas nunca esquecí aquilo que passô.
Foi assim: eu tinha escrevido um biete prô sinhô pedindo o meu presente... a noite inteira eu esperei contente... raiou o dia... chegou o sor... mas vancê... não chegô. Inté chorei... desconsolado...
Então, dias despois, meu pai Coitado, me apareceu com um trenzinho véio enferrujado... ponhô na minha mão e disse assim: toma... é seu... – Pra mim, pai? Sim. É pra vancê... foi o papai Noé que mandô.
E aí vi quando ele, uma lágrima desfarsô, de emoção... eu... inocente... nesse caso, maginei que o meu biete com atraso, tinha chegado im sua mão, naquela hora.
Então, contente, limpei o MEU trenzinho bem limpado, dei corda nele ele partiu... deu muitas vorta... meu pai do lado... me olhou, se riu... me abraçou... e foi-simbora.
Passado mais uns dia meu pobre pai, de repente vortou. Vinha assim como quem ta com medo e falou pra mim: me dá aqui aquele seu brinquedo eu vou trocá por outro na cidade. E eu... sem vontade fui entregando pra ele o MEU trenzinho, quage a saluçá... e como quem num qué abandoná um mimo que lhe deu quem lhe qué bem... eu supriquei medroso – Ô pai... eu só tenho ele... eu num quero outro brinquedo, eu quero aquele, por favor, pai... num vá levá meu trem. Ele nem me ouviu... correndo, bateu a porta e saiu como um doido varrido. Minha mãe gritô pra ele... José ? Ele nem deu ouvido... foi-se imbora e nunca mais vortô.
Pois é... papai Noé... vancê me transformô num homi que hoje despresa a infância e o dia de Natá. Sem meu pai... sem brinquedo. Afiná... dos seus presente, num hai um que sobre da riqueza pra esses menino pobre que sonha o ano inteiro com a noite de Natá.
E só bem despois que eu cresci foi que tudo compriendí... naquele do tar trenzinho meu pai de mim compadecido num gesto humano e decidido pagou bem caro a minha ilusão foi longe demais, coitado. Imaginando que pro seu fio aquilo era um bem tinha roubado do fio do patrão aquele trem.
Quando ele sumiu da última vêz, pensei que tinha viajado no entanto minha mãe despois que eu fiquei moço, em pranto... me conto... que ele foi preso e transformado... em RÉU... pra absorvê meu pai nenhum amigo ou parente se atreveu.
E o pobre definhando na cadeia foi indo... indo... inté o dia em que Deus, entrou naquela cela, e libertou ele pro céu.



Prof. Fábio Mizuno leciona Educação Física na Escola Dinah




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Paulo Antonouza