9 de maio de 2008
Diretrizes possíveis - Educação Física
Acredito que valha a pena a divulgação e a reflexão de matéria da Revista Veja acerca da Proposta Curricular para o Estado de São Paulo.
e os responsáveis são professores
A razão para a indignação dos sindicalistas também surpreende: eles protestavam contra o novo currículo escolar produzido pela Secretaria Estadual de Educação. De quebra, colocaram na fogueira algumas das apostilas fornecidas pela secretaria. O currículo contra o qual eles se posicionam é um documento que organiza o conteúdo a ser transmitido aos alunos da rede pública – com metas estabelecidas para cada aula do ano. Deveria ser bem-vindo, mas os sindicalistas decidiram reduzir alguns dos exemplares a um punhado de cinzas por considerá-lo, antes de tudo, uma afronta à liberdade de o professor conduzir sua própria aula. Em segundo lugar, por julgá-lo "limitado" e "incapaz de formar cidadãos", segundo palavras do professor Carlos Ramiro, o presidente da Apeoesp.
A pregação ideológica do sindicato não tem confirmação nas pesquisas. Elas indicam que os alunos sempre têm desempenho melhor naquelas escolas em que os professores são guiados por metas de ensino – algo elementar, mas ainda uma raridade no Brasil. Enquanto em outros países o currículo já é, há tempos, artigo básico, aqui os professores de escolas públicas começam a ser apresentados a ele só agora e ainda em poucos estados, como Minas Gerais e Tocantins. Não resta dúvida, portanto, sobre o mérito da iniciativa de São Paulo – e sobre a falta de razão do violento protesto do sindicato. Diz a secretária estadual de educação, Maria Helena Guimarães de Castro: "Os sindicalistas são corporativistas. Eles rejeitam qualquer instrumento que permita a prestação de contas da escola à sociedade". Com o novo currículo, os professores passam a estar mais sujeitos à cobrança sobre o que ocorre em sala de aula e terão, finalmente, de se pautar por um objetivo mensurável. Esse é um cenário que favorece o ensino de qualidade. A fogueira dos sindicalistas sinaliza que a preocupação central deles é a política e não a formação dos alunos. Uma pena.
Comentário:
Realmente, revestidos de um discurso no qual, supostamente, defendem a liberdade de cátedra, alguns professores da rede estadual estão, de certa forma, boicotando os materiais enviados para as escolas, chegando à barbárie de queimá-los em praça pública, como apontou a reportagem.
Esquecem-se, porém, de divulgar que tal material adveio de reflexões e sugestões de profissionais, incluindo os educadores da própria rede de ensino e não somente de teóricos sem embasamento e vivência práticos (ao menos no componente curricular Educação Física), conforme sempre alegam.
E minha posição favorável à proposta curricular para o Estado não se trata de alienação ou um discurso apolítico, mas, de uma atitude de educador que entende a educação enquanto construção conjunta e refletida.
Seria, então, incoerência da minha parte apoiar um documento que organiza o conteúdo a ser abarcado com os discentes? Não, pois este não determina a prática docente, ao contrário, aponta uma diretriz, sistematizando, de forma a promover a reflexão, o mínimo a ser ensinado.
Ir além, sempre é a postura dos bons profissionais.
É uma oportunidade ímpar de desmitificar a Educação Física e seu mínimo, futebol e vôlei.
Prof. Fábio Mizuno leciona Educação Física na Escola Dinah
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Criação, Edição e Atualização
Paulo Antonouza