17 de outubro de 2008
O Homem das Árvores - Artes
Desde 2006, os/as estudantes da Escola Dinah
têm realizado contato com a representação da arte contemporânea através do projeto “O Homem das Árvores”.
Com objetivos tanto prático/pedagógicos quanto teórico/investigativos (características que permitiram a este trabalho tornar-se uma comunicação no VIII Educere, em Curitiba na semana passada – 6 a 9 de outubro) e indo ao encontro da atual proposta pedagógica que prevê o contato dos discentes com as linguagens da Arte e com suas materialidades e suportes, o projeto constituiu para os/as estudantes momentos de reflexão a respeito não apenas de sua presença e ação no mundo, mas também, que representatividade a expressão artística pode adquirir ou fomentar a Arte quando utilizada para comunicar os sentimentos humanos vindos destas percepções.
Dividido em três etapas, que chamei de Plantio, Cultivo e Colheita, vários sentidos da relação ser humano/meio ambiente foram explorados durante as aulas, utilizando para tanto a apreciação e leitura de telas, esculturas e gravuras de artistas nacionais e internacionais de vários períodos históricos, demonstrando que o processo criador é superior a um espaço tempo restrito; a escuta musical; assistência de vídeos – filme e animação e a exploração de técnicas da expressão plástica, inclusive a confecção de tintas a partir de pigmentos naturais secos.
As discussões também consideraram a leitura de textos, fábulas e contos, 
além de eventuais criações poéticas – visuais ou narrativas, sempre em busca de contatos significativos entre o tema das aulas, a Arte e o meio ambiente.
O ponto principal do projeto foi o contato dos discentes com Frans Krajcberg e seu trabalho (conheça Krajcberg aqui).
Após estudarmos parte de sua vida e de realizarmos alguns contatos com a obra do artista, os/as discentes foram convidados/as a pesquisar a materialidade dos objetos naturais (lembrando que Brotas é uma cidade voltada ao turismo relacionado a paisagens naturais).
Os alunos e alunas criaram então suas próprias obras, que foram posteriormente expostas no pátio da escola. (Neste ano, essa exposição ainda não se realizou, pois o prazo para entrega das esculturas foi estendido, portanto, as fotos que ilustram esse texto, assim como os trechos de relatórios apresentados referem-se às turmas de 2007 - material também utilizado na comunicação durante o VIII Educere).
Relatórios pontuais foram coletados dos/das discentes, o que pode colaborar para a avaliação do trabalho como um todo:
“O homem das árvores é o homem generalizado. Criança, velho, que fala sobre o valor do meio”. (Aluno 1 - 8ª B).
“Será que estamos condenados a um fim causado por nós mesmos? Por que, na maioria das vezes, escolhemos o que é mais fácil, mas errado?” (Aluna 1 - 8ª C)
“A leitura da Arte ajuda a explicar as coisas. Porque a Arte representa de tudo um pouco que passa na nossa vida e na cabeça também.” (Aluna 3 - 8ª C).
“Acho que somos capazes sim de transformar lugares onde vivemos ou habitamos, é só entender que o mundo também precisa de nós”. (Aluna 6 - 8ª B).
“O projeto me fez refletir sobre o meio ambiente. (...) cada gesto que eu faço, muitos prejudicam o meio ambiente. (...) tomei agora, consciência disso”. (Aluno 4 - 8ª C).
A esperança que almejo é de que Arte e Meio Ambiente desenhem nesse diálogo entre ser humano e natureza, um caminho realmente frutífero em gestos, pensamentos, percepções e ações; refletindo o que já dizia Maurice Merleau-Ponty:
O mundo não é um objeto do qual possuo comigo a lei da constituição; ele é o meio natural e o campo de todos os meus pensamentos e de todas as minhas percepções explícitas. A verdade não "habita" apenas o "homem interior", ou, antes, não existe homem interior, o homem está no mundo, é no mundo que ele se conhece. (Fenomenologia da Percepção, 2006, p.6).
Que possamos então ir em direção à essas tomadas de consciência.
têm realizado contato com a representação da arte contemporânea através do projeto “O Homem das Árvores”.Com objetivos tanto prático/pedagógicos quanto teórico/investigativos (características que permitiram a este trabalho tornar-se uma comunicação no VIII Educere, em Curitiba na semana passada – 6 a 9 de outubro) e indo ao encontro da atual proposta pedagógica que prevê o contato dos discentes com as linguagens da Arte e com suas materialidades e suportes, o projeto constituiu para os/as estudantes momentos de reflexão a respeito não apenas de sua presença e ação no mundo, mas também, que representatividade a expressão artística pode adquirir ou fomentar a Arte quando utilizada para comunicar os sentimentos humanos vindos destas percepções.
Dividido em três etapas, que chamei de Plantio, Cultivo e Colheita, vários sentidos da relação ser humano/meio ambiente foram explorados durante as aulas, utilizando para tanto a apreciação e leitura de telas, esculturas e gravuras de artistas nacionais e internacionais de vários períodos históricos, demonstrando que o processo criador é superior a um espaço tempo restrito; a escuta musical; assistência de vídeos – filme e animação e a exploração de técnicas da expressão plástica, inclusive a confecção de tintas a partir de pigmentos naturais secos.
As discussões também consideraram a leitura de textos, fábulas e contos, além de eventuais criações poéticas – visuais ou narrativas, sempre em busca de contatos significativos entre o tema das aulas, a Arte e o meio ambiente.O ponto principal do projeto foi o contato dos discentes com Frans Krajcberg e seu trabalho (conheça Krajcberg aqui).
Após estudarmos parte de sua vida e de realizarmos alguns contatos com a obra do artista, os/as discentes foram convidados/as a pesquisar a materialidade dos objetos naturais (lembrando que Brotas é uma cidade voltada ao turismo relacionado a paisagens naturais).
Os alunos e alunas criaram então suas próprias obras, que foram posteriormente expostas no pátio da escola. (Neste ano, essa exposição ainda não se realizou, pois o prazo para entrega das esculturas foi estendido, portanto, as fotos que ilustram esse texto, assim como os trechos de relatórios apresentados referem-se às turmas de 2007 - material também utilizado na comunicação durante o VIII Educere).
Relatórios pontuais foram coletados dos/das discentes, o que pode colaborar para a avaliação do trabalho como um todo:
“O homem das árvores é o homem generalizado. Criança, velho, que fala sobre o valor do meio”. (Aluno 1 - 8ª B).
“Será que estamos condenados a um fim causado por nós mesmos? Por que, na maioria das vezes, escolhemos o que é mais fácil, mas errado?” (Aluna 1 - 8ª C)
“A leitura da Arte ajuda a explicar as coisas. Porque a Arte representa de tudo um pouco que passa na nossa vida e na cabeça também.” (Aluna 3 - 8ª C).
“Acho que somos capazes sim de transformar lugares onde vivemos ou habitamos, é só entender que o mundo também precisa de nós”. (Aluna 6 - 8ª B).
“O projeto me fez refletir sobre o meio ambiente. (...) cada gesto que eu faço, muitos prejudicam o meio ambiente. (...) tomei agora, consciência disso”. (Aluno 4 - 8ª C).
A esperança que almejo é de que Arte e Meio Ambiente desenhem nesse diálogo entre ser humano e natureza, um caminho realmente frutífero em gestos, pensamentos, percepções e ações; refletindo o que já dizia Maurice Merleau-Ponty: O mundo não é um objeto do qual possuo comigo a lei da constituição; ele é o meio natural e o campo de todos os meus pensamentos e de todas as minhas percepções explícitas. A verdade não "habita" apenas o "homem interior", ou, antes, não existe homem interior, o homem está no mundo, é no mundo que ele se conhece. (Fenomenologia da Percepção, 2006, p.6).
Que possamos então ir em direção à essas tomadas de consciência.
Prof. Paulo Antonini leciona Arte na Escola Dinah.
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Criação, Edição e Atualização
Paulo Antonouza
